Querida mamãe e querido papai,
• Não
esqueçam jamais: sou filho de ambos. Agora só tenho um de vocês com quem eu
moro e que me dedica mais tempo. Mas preciso tanto de um quanto do outro.
• Não me
perguntem se gosto mais de um ou de outro. Amo vocês da mesma forma. Portanto
não critiquem um ao outro na minha frente. Porque isso dói.
•
Ajudem-me a manter contato com aquele com quem não estou o tempo todo. Disquem
o número dele para mim, ou escrevam o endereço dele num envelope. Ajudem-me no
Natal ou no aniversário a fazer ou a comprar-lhe um belo presente. Façam sempre
uma cópia das minhas fotos para o outro.
•
Conversem como adultos. Mas conversem. E não me usem como mensageiro entre
vocês – menos ainda com mensagens que tornarão o outro triste ou furioso.
• Não
fiquem tristes quando vou à casa do outro. Aquele que deixo não deve pensar que
não o amarei mais daqui alguns dias. Preferiria estar sempre com vocês dois.
Mas não posso me dividir – só porque nossa família rachou.
• Nunca
combinem alguma coisa com o outro durante o tempo que me pertence. Uma parte do
meu tempo é da minha mãe e eu; outra parte do meu tempo é do meu pai e eu.
Sejam compreensivos.
• Não se
espantem nem se zanguem se não dou notícias quando estou na casa do outro.
Agora tenho duas casas. E devo distingui–las direitinho, senão não dou conta...
• Não me
passem para o outro, na porta de casa, como se eu fosse um pacote. Convidem o
outro a entrar por um momento e conversem sobre como podem facilitar minha
vida. Quando me trazem ou me buscam, deixem-me ficar um instante com vocês
dois. Não destruam este momento zangando-se ou brigando.
• Deixem
que outra pessoa me traga da escolinha ou da casa de amigos se vocês não
puderem suportar o olhar do outro.
• Não
briguem na minha frente. Sejam ao menos tão bem educados quanto seriam com
outras pessoas, como o exigem de mim também.
• Não me
contem coisas que ainda não posso entender. Discutam-nas com outros adultos,
não comigo.
•
Deixem-me levar amigos nas casas de vocês. Quero que possam conhecer minha mãe
e meu pai e achar que vocês são legais.
• Entrem
num acordo no que se refere a dinheiro. Não quero que um tenha muito e o outro
muito pouco. Tem que ser legal para os dois, assim poderei ficar à vontade com
ambos.
• Não
tentem me acostumar ao “quem dá mais”. De qualquer forma, nunca poderei comer
todo o chocolate que eu gostaria.
•
Digam-me sinceramente quando “o dinheiro acaba antes do fim do mês”. Para mim,
o tempo é muito mais importante do que o dinheiro. Divirto-me mais com um
brinquedo simples e legal do que com um brinquedo novo.
• Não
sejam sempre “ativos” comigo. Não é preciso que toda vez haja algo surpreendente
ou novo quando fazem alguma coisa comigo. Para mim, o mais lindo é quando somos
simplesmente felizes brincando, e que nós temos um pouco de paz.
• Deixem
o máximo de coisas do jeito que eram na minha vida antes da separação. A
começar pelo meu quarto, e depois pelas coisinhas que fiz sozinho com meu pai
ou minha mãe.
• Sejam
amáveis com os outros avós - mesmo que durante a separação eles tenham se
mostrado mais a favor do seu próprio filho. Vocês também estariam ao meu lado
se eu não estivesse bem! Não posso perder meus avós também!
• Sejam
“fair-play” com o novo companheiro que um de vocês encontra ou já encontrou. Eu
também devo me dar bem com estas outras pessoas. Prefiro quando não espionam um
ao outro com ciúmes. De qualquer forma seria melhor para mim se vocês dois
encontrassem rapidamente alguém que vocês amem. Vocês não ficariam mais tão
zangados um com o outro.
• Sejam
otimistas. Não conseguiram gerir o casal que vocês eram - mas permitam pelo
menos que o tempo faça as coisas melhorarem depois. Releiam todas as minhas
solicitações. Discutam a respeito se for o caso. Mas não briguem. Não usem meus
pedidos para atacar o outro, por tão ruim que tenha sido comigo. Se não fizerem
isso, vocês não terão entendido como me sinto e do que preciso para sentir-me
feliz.
Infelizmente não me lembro da fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário